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Por Diego Cruz, 25 de março de 2025
As polêmicas envolvendo atores anões na nova adaptação de Branca de Neve e o caso dos anões na França refletem debates mais amplos sobre direitos humanos, dignidade e inclusão. No filme da Disney, a decisão de substituir os sete anões por criaturas mágicas de diferentes alturas gerou críticas, especialmente de atores anões, que alegaram perda de oportunidades de trabalho e apagamento de sua representatividade na indústria cinematográfica.
Já na França, a polêmica girou em torno da proibição do midget tossing—prática em que anões eram arremessados em bares como forma de entretenimento. A proibição foi defendida com base na dignidade humana, mas contestada por alguns anões que viam na atividade uma forma de sustento e autonomia. O caso chegou até a ONU, onde o Comitê de Direitos Humanos confirmou a proibição, argumentando que práticas degradantes, ainda que voluntárias, não deveriam ser permitidas pelo Estado, pois atentam contra a dignidade humana.
Ambos os casos levantam dilemas entre proteção e liberdade individual: até que ponto medidas para evitar discriminação podem acabar limitando a autonomia das próprias pessoas que se busca proteger? Essa discussão continua sendo central no campo dos direitos humanos, onde a inclusão deve equilibrar respeito à dignidade e o direito ao trabalho.